sábado

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Autor: Vários
Tradutor: Cristina Cupertino
Organizador: Richard Dalby
Editora: Suma de Letras Brasil
Pág.: 456

Em 'O Grande Livro das Histórias de Fantasmas', o olhar feminino incide em um dos gêneros da literatura, os contos de horror. As perspectivas apresentadas nas histórias são variadas. Há narrativas e estudos psicológicos, contos de casas mal-assombradas e fábulas de mistério de teor feminista. Algumas das histórias são inquietantes; outras, assustadoras; mas são narrativas que investigam como mulheres lidam com a paixão, a angústia e a raiva.
Vários tipos de fantasmas preenchem O grande livro. Eles vão de mulheres adultas a homens, crianças e até objetos. Quando a alma perturbada é uma mulher, geralmente as histórias se centram em um caso de amor com um fim trágico, resultante do abandono e opressão. É essa uma das características feministas dos contos, que também apresentam mulheres fortes e independentes. Além do amor, botar ordem no comportamento dos vivos é outro estopim das aparições. É assim em “Os olhos”, de Edith Wharton (1862-1937), onde um par de olhos tira o sono de um homem que faz falsas promessas.

Quando o assunto é objetos assombrados, “O livro”, de Margaret Irwin (1889-1967), é o mais assustador. Um misterioso livro aparece na biblioteca da casa de uma respeitada família e chama a atenção do pai. Ele passa a traduzir os dizeres em latim impulsionado pela curiosidade, ao mesmo tempo em que seu comportamento com a esposa e filhos muda. Não é um fantasma propriamente dito que aterroriza o homem, mas a influência que o livro tem sobre ele, ditando seus passos e o levando a cometer atos terríveis. Um conto que pende mais para o lado dos demônios, retratando uma possessão, fenômeno que não ocorre nos outros.
Há espaço também para contos que falam da bondade de assombrações, ou então de sua irreverente presença. May Sinclair (1863-1946) retrata em “O símbolo” uma mulher que não abandona seu marido até que ele lhe diga que a ama, algo nunca feito em vida. Ela não deseja o mal, apenas quer uma resposta. Já “Não conte para a Cissie”, de Celia Fremlin (1914-2009), é um dos contos mais extraordinários, que pega o leitor de surpresa. Cissie é uma atrapalhada senhora de bom coração que acaba com qualquer programa de suas melhores amigas. Elas então resolvem investigar um fantasma e deixar Cissie de lado para não frustrar seus planos. Digamos que elas encontraram um fantasma, mas não o que esperavam. Assim como o leitor.

Fonte: Saraiva e Taize Odelli

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2 leitores:

  • Anônimo on 22 janeiro

    Esse livro parece bom :)
    João Victor

  • Victória on 28 janeiro

    Legal esse livro! :)))

    Ei, qdo vcs vão fazer outro sorteio? he he he... Acho legal.

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